quarta-feira, 6 de maio de 2009

Do egoísmo e das confissões

Amanhã completo 28 anos. De repente, na véspera mesmo, resolvi criar esse blog, sem qualquer pretensão de que alguém o leia. Nasceu mesmo de uma ansiedade que me assalta neste momento em que vou fiando essas linhas, e traçando um tecido meio confuso, irregular, com uns nós no meio. Pode-se dizer que é um ato de mais puro egoísmo. Às vezes o que escrevo me agrada. Não na hora. Leva um tempo para que meu próprio texto se torne claro para mim. Na hora em que escrevo, principalmente quando se trata de liberar qualquer sentimento que esteja me incomodando, não enxergo tanta coerência. E, nesse momento, pouco me importa se os (pouco prováveis) leitores estejam entendendo.

Já li muita coisa confusa de muito figurão da literatura. E quase nunca fiquei frustrada em não entender. Acho que alguns escritores são tão egoístas quanto eu. Se publicam alguma coisa, é por puro capricho. Como me sinto muito insegura com relação ao meu talento na escrita, não me dou a esse luxo. Devo admitir: esses caras têm uma coisa que me falta muitas vezes - coragem.

Também gosto muito de ouvir o som da minha voz, mas sou muito tímida para cantar em público. Meu repertório é bem fraquinho. Acho que resisto ao novo. Desse modo, fico sempre com aquelas musiquinhas de sempre, e as canto na segurança de meu chuveiro, meu único ouvinte. Observo a mesma resistência com relação aos filmes que nunca vi. Sempre opto por aqueles que já conheço, que garantem minha re-diversão. Ficou claro que não me vanglorio por isso. Lamento muito ser assim. Mas, para algumas coisas mais sérias da vida, não creio ser de todo ruim optar pela segurança. Sei que muitos criticam esse tipo de postura, mas não estou nem aí para a opinião dessas pessoas. Acho que me convenci de que sou assim mesmo e, honestamente, acho que dá pra ser feliz assim, do meu jeitinho.

Isso não significa que eu nunca tenha passado por novas experiências. Sei dos prazeres e dos medos que isso implica. Mas, recorrentemente, me apego à velha rotina. E procuro em cada um de meus dias, que parecem tão iguais, todos os aspectos que possam torná-los diferentes. Mas dia de aniversário, inevitavelmente, é diferente dos outros. Amanhã, é outro dia.